Desigualdade de Gênero em trajetórias de mulheres profissionais de Relações Públicas

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.5783/revrrpp.v15i29.885

Palabras clave:

Relações Públicas, mulheres, nterseccionalidade, desigualdade, gênero

Resumen

Este artigo reflete sobre a desigualdade de gênero que ainda persiste em organizações no Brasil, destacando a participação de mulheres na área de Relações Públicas. As experiências de mulheres profissionais de Relações Públicas são muito semelhantes em diferentes partes do mundo, apesar de atuarem em países com características políticas, sociais e econômicas diferentes. Talvez isso ocorra dada a presença do patriarcado na cultura ocidental, que reorganiza as relações sociais de superioridade e inferioridade para cada um dos sexos, nas quais a dominação das mulheres se manifesta por meio das instituições sociais, discursos, criação de conhecimento e práticas de disciplina (Foucault, 1982). O referencial teórico traz a perspectiva crítica das Relações Públicas (L’Etang, 2009; Holtzhausen, 2012; Yeomans, 2020; Topić, M, 2020; Adi & Ayme-Yahil, 2020); Aktaş, M, 2020), a lente interseccional (Brah, 2006; González, 2019) e o feminismo decolonial (Carneiro, 2019; Lugones, 2020; Curiel, 2020). Nosso objetivo foi analisar como se articulam a prática da atividade de Relações Públicas e a desigualdade de gênero, com o apoio da metodologia das histórias de vida e da análise compreensiva de Bertaux (1999). Como principais resultados, observamos que relações interseccionais de poder impactaram as trajetórias das quatro mulheres participantes da pesquisa, de modo que elas foram obrigadas a desenvolver diferentes estratégias para sobreviver em um ambiente de trabalho marcado pelo sexismo e racismo. As conclusões apontam que as profissionais de Relações Públicas enfrentam preconceito e discriminação nas organizações simplesmente por serem mulheres, independentemente de seu nível de formação acadêmica ou experiência. Esse contexto dificulta que as mulheres alcancem o equilíbrio entre a vida familiar e profissional e consigam ocupar cargos de gestão, em comparação com seus colegas homens.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Sandra Ortega, Universidade de São Paulo

Professional de Relações Públicas con mestrado em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicações e Artes da USP. Atua como consultora de empresas em Medellín, Colômbia.

Kalliandra Conrad, Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Relações Públicas, mestre e doutora em Comunicação Midiática e Estratégias Comunicacionais pela Universidade Federal de Santa Maria. É docente do curso de Comunicação Organizacional da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Brasil

Maria Aparecida Ferrari, Universidade de São Paulo

Bacharelado em Sociologia e Relações Públicas. Mestre, doutora e livre-docente pela Escola de Comunicações e Artes da USP. Professora Associada II dos programas de Pós-Graduação e Graduação de ECA/USP.

Citas

Adi, A., & Ayme-Yahil, E. (2020). Beyond feminization: Women in PR can be the key to a more diverse, ethical and inclusive PR. In A. Adi & E. Ayme-Yahil (Eds.), Women in PR: Research and opinions about the status, challenges and future of women working in PR/Communications (pp. 4–6). Quadriga University of Applied Sciences. https://www.quadriga-hochschule.com/app/uploads/2021/03/QHS_Women-in-PR_Adi-Ayme-Yahil_0.pdf

Aktaş, M. (2020). Women in public relations: Reflections from academic research. In A. Adi & E. Ayme-Yahil (Eds.), Women in PR: Research and opinions about the status, challenges and future of women working in PR/Communications (pp. 9–18). Quadriga University of Applied Sciences. https://www.quadriga-hochschule.com/app/uploads/2021/03/QHS_Women-in-PR_Adi-Ayme-Yahil_0.pdf

Bertaux, D. (1999). El enfoque biográfico: Su validez metodológica, sus potencialidades. Proposiciones, 29. (Trabajo original publicado en Cahiers Internationaux de Sociologie, 1980, LXIX, 197–225).

Bento, M. A. S. (2002). Psicologia social do racismo. Vozes.

Bento, C. (2022). Pacto da branquitude. Companhia das Letras.

Berth, J. (2019). Empoderamento. Pólen.

Boughey, J. (2020). Mind the gap: Female perceptions and narratives of women’s journeys in communications/PR. In A. Adi & E. Ayme-Yahil (Eds.), Women in PR: Research and opinions about the status, challenges and future of women working in PR/Communications (pp. 19–28). Quadriga University of Applied Sciences. https://www.quadriga-hochschule.com/app/uploads/2021/03/QHS_Women-in-PR_Adi-Ayme-Yahil_0.pdf

Brah, A. (2006). Diferença, diversidade, diferenciação. Cadernos Pagu, 26, 329–376. https://doi.org/10.1590/0104-83332006000200014

Carneiro, S. (2019). Enegrecer o feminismo: A situação da mulher negra na América Latina a partir de uma perspectiva de gênero. In H. B. Hollanda (Org.), Pensamento feminista: Conceitos fundamentais (pp. 312–321). Bazar do Tempo.

Cline, C. (1986). The velvet ghetto: The impact of the increasing number of women in public relations and business communication. IABC Foundation.

Curiel, O. (2020). Construindo metodologias feministas a partir do feminismo decolonial. In H. B. Hollanda (Org.), Pensamento feminista hoje: Perspectivas decoloniais (pp. 120–139). Bazar do Tempo.

Diaz, N. Q., & Wosniak, H. (2022). Economia do Cuidado: Reflexões para um Feminismo Decolonial. Revista X, 17(1), 322-340. https://revistas.ufpr.br/revistax/article/download/84402/45910

Escosteguy, A. C. (Org.). (2008). Comunicação e gênero: A aventura da pesquisa. EDIPUCRS.

Ferrari, M. A., Conrad, K. Q., & Ortega, S. M. R. (2023). Reflexões sobre relações interseccionais de poder nas trajetórias de mulheres relações-públicas no Brasil. Organicom, 20(1), 84–104. https://doi.org/10.11606/issn.2238-2593.organicom.2023.207469

Foucault, M. (1980). The history of sexuality: An introduction. Vintage Books.

Gonçalves, G. (2007). Ética das relações públicas: A falta de responsabilidade social nos códigos éticos de relações públicas. Biblioteca Online de Ciências da Comunicação, 1–29. https://doi.org/10.13140/2.1.2848.3840

Gonzalez, L. (2019). A categoria político-cultural da amefricanidade. In H. B. Hollanda (Org.), Pensamento feminista: Conceitos fundamentais (pp. 340–352). Bazar do Tempo.

Grunig, L. A., Toth, E. L., & Hon, L. C. (2000). Feminist values in public relations. Journal of Public Relations Research, 12(1), 49–68. https://doi.org/10.1207/S1532754XJPRR1201_4

Grunig, L. A., Toth, E. L., & Hon, L. C. (2001). Women in public relations: How gender influences practice. Guilford Press.

Hodgkin, S. (2008). Telling it all: A story of women’s social capital using a mixed methods approach. Journal of Mixed Methods Research, 2(4), 296–316. https://doi.org/10.1177/1558689808321641

Hollanda, H. B. (Org.). (2019). Pensamento feminista: Conceitos fundamentais. Bazar do Tempo.

Holtzhausen, D. R. (2012). Public relations as activism: Postmodern approaches to theory and practice. Routledge. https://doi.org/10.4324/9780203819098

Holtzhausen, D. R., & Voto, R. (2002). Resistance from the margins: The postmodern public relations practitioner as organizational activist. Journal of Public Relations Research, 14(1), 57–84. https://doi.org/10.1207/S1532754XJPRR1401_3

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2018). Estatísticas de gênero: Indicadores sociais das mulheres no Brasil. https://www.ibge.gov.br/estatisticas/multidominio/genero/20163-estatisticas-de-genero-indicadores-sociais-das-mulheres-no-brasil.html

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2019). Síntese de indicadores sociais: Uma análise das condições de vida da população brasileira. https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101678.pdf

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2022). Censo demográfico 2022. https://censo2022.ibge.gov.br/panorama

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2024). Estatísticas de gênero: Indicadores sociais das mulheres no Brasil (3a ed.).

Johns, M. L. (2013). Breaking the glass ceiling: Structural, cultural, and organizational barriers preventing women from achieving senior and executive positions. Perspectives in Health Information Management, 10(1), 1–11. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3544145/

Kuhn, T. (2007). A estrutura das revoluções científicas (9a ed.). Perspectiva.

L’Etang, J. (2009). Relaciones públicas: Conceptos, práctica y crítica. Editorial UOC.

Lugones, M. (2019). Rumo a um feminismo decolonial. In H. B. Hollanda (Org.), Pensamento feminista: Conceitos fundamentais (pp. 357–378). Bazar do Tempo.

Lugones, M. (2020). Colonialidade e gênero. In H. B. Hollanda (Org.), Pensamento feminista hoje: perspectivas decoloniais (pp.52-83). Bazar do Tempo.

Martino, L. M. S. (2018). Métodos de Pesquisa em Comunicação: projetos, ideias, práticas. Vozes.

Miguel, L. F., & Biroli, F. (2014). Feminismo e política: Uma introdução. Boitempo.

Morrison, A. M., White, R. P., & Velsor, E. V. (1987). Breaking the glass ceiling: Can women reach the top of America’s largest corporations? Addison-Wesley.

Movimento Mulher 360. (2016). MM360 explica os termos gaslighting, mansplaining, manterrupting e bropriating. https://movimentomulher360.com.br/artigos/mm360-explica-os-termos-gaslighting-mansplaining-manterrupting-e-bropriating/

Oréfice, Giovana (2024). LinkedIn no Brasil: 75 milhões de usuários e novas soluções. In Meio e Mensagem. Recuperado em https://www.meioemensagem.com.br/midia/linkedin-no-brasil

Ortega, S. M. R. (2022). Desafios e percalços de mulheres no exercício profissional de relações públicas: Análise de histórias de vida para entender a desigualdade na profissão [Dissertação de mestrado, Universidade de São Paulo]. https://doi.org/10.11606/D.27.2022.tde-09062022-142949

Ramos, A., Barberá, E., & Sarrió, M. (2003). Mujeres directivas, espacio de poder y relaciones de género. Anuario de Psicología, 34(2), 267–278. https://revistes.ub.edu/index.php/Anuario-psicologia/article/view/8751

Santamarina, C., & Marinas, J. M. (1995). Historias de vida e historia oral. In J. M. Delgado & J. Gutiérrez (Eds.), Métodos y técnicas cualitativas de investigación en ciencias sociales (pp. 257–285). Síntesis.

Sriramesh, K., & Verčič, D. (2018). La relación entre cultura y relaciones públicas. In K. Sriramesh & D. Verčič (Eds.), Relaciones públicas globales: Teoría, investigación y práctica. Editorial UOC.

Teixeira, D. V. (2017). Comunicação organizacional e (in)sustentabilidade: Discurso, estratégias e efeitos de sentidos em anúncios impressos [Tese de doutorado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul]. https://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/156785

Thomas, R., Cooper, M., Cardazone, G., Urban, K., Bohrer, A., & Yee, L. (2021). Women in the workplace 2021. McKinsey & Company. https://www.mckinsey.com/featured-insights/diversity-and-inclusion/women-in-the-workplace

Topić, M. (2020). Women in public relations in England (Vol. 2, No. 1). EUPRERA.

Topić, M., & Lawson, D. A. (2019). Women in public relations: A literature review (1982–2019) (Vol. 1, No. 1). EUPRERA.

Toth, E. L., & Cline, C. G. (Eds.). (1989). Beyond the velvet ghetto. IABC Research Foundation.

Verčič, D., Grunig, L. A., & Grunig, J. E. (2001). On the definition of public relations: A European view. Public Relations Review, 27(4), 373–387. https://doi.org/10.1016/S0363-8111(01)00094-1

Vojvodic, A; Del Monde, I; Camargo, M; Yaredy, T. (2022). Diversidade e inclusão em empresas, governos e organizações (Série Universitária) (Portuguese Edition). Editora Senac.

Waddington, S. (2025). The missing women report. Chartered Institute of Public Relations. https://cipr.co.uk/CIPR/Our_work/Policy/Research_fund_reports.aspx

World Economic Forum. (2020). Global gender gap report 2020. https://www3.weforum.org/docs/WEF_GGGR_2020.pdf

Xifra, J. (2012). Public relations anthropologies: French theory, anthropology of morality and ethnographic practices. Public Relations Review, 38(4), 565–573. https://doi.org/10.1016/j.pubrev.2012.06.005

Yeomans, L. (2020). The ‘acceptable face of feminism’ in the UK public relations industry: Senior women’s discourse and performativity within the neoliberal PR firm. In A. Adi & E. Ayme-Yahil (Eds.), Women in PR: Research and opinions about the status, challenges and future of women working in PR/Communications (pp. 39–47). Quadriga University of Applied Sciences.

Descargas

Publicado

2025-07-30

Cómo citar

Ortega Restrepo, S. M., Quevedo Conrad , K., & Ferrari, M. A. (2025). Desigualdade de Gênero em trajetórias de mulheres profissionais de Relações Públicas. Revista Internacional De Relaciones Públicas, 15(29), 05–24. https://doi.org/10.5783/revrrpp.v15i29.885